O Pequeno Príncipe e as Panorâmicas

Você certamente já leu, ou ouviu falar, do Pequeno Príncipe - no mínimo sabe dele porque é o livro preferido das misses do século passado (deste século eu já não sei, pode ser a série de algum vampiro, ou bruxo, nunca se sabe). E o que ele tem a ver com as panorâmicas? Bem, olhe uma das ilustrações do livro:

 

Agora, olhe esta foto:

Percebeu a semelhança? É claro que não é igual, mas é bem semelhante. O nome desta projeção, Little Planet, ou Planetinha, é baseado nos planetinhas do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry, e acabou sendo uma opção bastante usada pelos panoramistas no mundo inteiro. Alguns, como o Thiago Eriksson, de Florianópolis, colocaram todo um trabalho neste formato; outros utilizaram o Player KRPano , que tem uma opção de Little Planet interativa, para postar suas imagens na Internet. A panorâmica mais bacana, na minha opinião, que alguém já colocou no ar nesta projeção foi esta, de uma escultura em Tallinn. Clique, e me diga o que acha. Conselho: antes de navegar por ela, espere carregar e fique observando; aí você vai saber porque eu achei a mais bacana - e não estou sozinho, vários colegas ficaram boquiabertos quando viram. Pra mim é a perfeita combinação de meio (o player e suas características) e mensagem (o assunto da panorâmica).

Um Google para panorâmicas

 Se você já procurou Panorâmicas no Google, certamente ficou um pouco frustrado, para não dizer perdido. Entre os aproximadamente 4.820.000 resultados certamente está o que você quer, mas antes vai ter que peneirar muito. Agora basta entrar em www.panogoogle.com e digitar o que você quer. 

Em vez de procurar entre TODOS os sites do mundo, o novo sistema de busca só procura entre os sites dedicados explicitamente à fotografia panorâmica. Ele usa o mesmo CSE (Custom Search Engine) do Google, e os mesmos algoritmos, então toda a flexibilidade e precisão do Google vai estar à sua disposição para uma pesquisa rápida e sem tanto ruído. Os sites são adicionados manualmente, o que vai evitar spammers e bots e manter a procura dentro do universo de sites de VR e panorâmicas.

Panorâmica sem tripé ou monopé no Grand Canyon

Às vezes, temos nosso equipamento completo de panorâmicas à mão: tripé, cabeça, câmera, objetiva olho de peixe. Mas, e quando estamos sem o tripé, não se faz panorâmica? Bem, depois de um certo tempo de prática, é possível fazer; alguns, como o grande fotógrafo norte-americano Jook Leung, têm tanta prática nisso que fazem uma panorâmica em questão de segundos. Por causa dele e de outros foi cunhado o termo "guerilla pano", que é basicamente chegar, fazer a pano e sair quase sem ser notado.
A panorâmica do link não demandava tanta velocidade, mas ainda assim precisava ser feita rápido, pois as pessoas se moviam, nesse horário o sol já estava baixando bem rápido, e ainda faltava conhecer muito do local, não dava para perder tempo ;-) .
Este é um do muitos mirantes do South Rim do Grand Canyon, US. A panorâmica foi feita durante uma viagem de férias que fiz em fevereiro do ano passado por algumas cidades da Costa Oeste dos Estados Unidos. Fiz várias panorâmicas, todas elas na mão, sem qualquer sustentação; algumas ficaram boas o suficiente para mostrar aqui, e vou postando à medida em que for montando.

Teste de Players de Panorâmicas

Basicamente, uma fotografia panorâmica é um arquivo de imagem, normalmente Jpeg ou Tiff, que é "distorcido" para dar, em uma janela do browser, a impressão de ser contínuo e sem emendas. Esse arquivo pode ser equiretangular,

 faces de um cubo, 

cilíndrico,

entre outros. Essas formas em que ele pode se apresentar chamam-se projeções (tema de um post próximo), e os responsáveis pelas visualizações são os players.


Quantos players existem?
O primeiro player de panorâmica foi o Apple QuickTime, no formato QTVR, e usava um arquivo na projeção cilíndrica. Depois dele, houve vários, como o PTViewer, (do Professor Helmut Dersch, que criou também o PanoTools, responsável por grande parte da atual onda de panorâmicas) e o IVR, exportado pelo PhotoVista; ambos eram baseados em Java, e usavam imagens equiretangulares. A tecnologia mais usada atualmente, e que traz a melhor relação custo-benefício, é o Flash, e há vários players disponíveis. Com a grande diversidade, aumentou também a dúvida: qual o melhor player?

Como escolher um Player?
Alguns são pagos, outros gratuitos; uns têm uma interface para exportação de fácil aprendizado enquanto outros pedem um conhecimento de XML; alguns têm melhor qualidade com imagens grandes, e outros nem abrem dimensões além de determinados limites; por fim, alguns não funcionam em MacOS, e outros dependem de programas com pouca base instalada em Windows. Para facilitar a escolha, vários panoramistas dedicaram muito de seu tempo e inteligência e colocaram no ar esta página onde se pode ver quase todos os players disponíveis no momento.
Qual a sua opinião? Existe diferença? Qual é melhor? Vá na página, experimente os diversos players e tamanhos de imagem, e deixe seu depoimento. Isso vai ajudar a melhorar a sua experiência, seja você produtor de imagens panorâmicas ou exclusivamente usuário.

Panorâmica com postura cidadã

Meu amigo Edson Chagas, do Espírito Santo, tem um blog onde coloca suas fotografias panorâmicas de Vitória e arredores. Uma delas me chama a atenção especialmente, porque mostra o quanto podemos usar o que está ao nosso alcance para tentar mudar o que nos parece errado.

Nesse caso ele junta fotografia panorâmica, video e locução para lutar por melhores condições para os ciclistas da cidade - o que por si só já tem meu completo apoio.

Minha foto é panorâmica!! - Parte 1

Uma das muitas coisas no mundo com um monte de definições e que, por isso mesmo, acaba sem definição, é foto panorâmica. O que é exatamente isso?

Uma das definições é baseada nas proporções da imagem. A primeira proporção seria o quadrado, onde um lado é igual ao outro.

A partir daí a imagem vai ficando mais e mais retangular (vertical ou horizontal, ou, como se diz entre os panoramistas, retrato ou paisagem), de acordo com as proporções do negativo ou sensor. As proporções mais utilizadas atualmente são 3:4 ou 1:1 1/3 (presente nas câmeras digitais compactas e Prosumer e em backs digitais), onde para cada centímetro do lado menor corresponde 1,3cm no lado maior:

e 2:3 ou 1:1 1/2 , onde para cada centímetro do lado menor corresponde 1,5cm no lado maior:

Esta é a proporção do 35mm, das DSLR com e sem fator de crop , e como esse formato se tornou o padrão durante muito tempo, é a partir dele que vamos definir se uma foto é panorâmica ou não. Ou seja, sempre que a proporção entre os lados for maior que 1,5X , essa fotografia pode ser chamada de panorâmica, dentro do parâmetro da proporçao. Há várias opções de "panorâmicas" no mercado que utilizam essa técnica para fazer fotos panorâmicas; só que é uma forma "subtrativa", no sentido que para chegar a uma proporção mais estendida ela subtrai, ou diminui, teto e chão. A imagem não tem nada além do que já existe no negativo original:

Então, quando por exemplo, no antigo formato APS, havia a opção Panorâmica, era dessa forma que se conseguia, reenquadrando a imagem original. Uma fotografia que poderia ser do tamanho 10X15cm (1:1,5) era ampliada para, digamos, 10X25cm (1:2,5) , jogando fora partes de cima e de baixo da imagem. Na verdade, seria a mesma coisa que se ampliássemos a mesma imagem em 20X25cm e cortássemos o que quiséssemos; podemos fazer duas fotos 10X25cm em um papel só, se quisermos, e sai mais barato ;-) .

Aí entra um segundo parâmetro para definirmos fotografia panorâmica: o ângulo de visão. Mas isso fica para a segunda parte.

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Cabeça panorâmica "feita em casa"

Eu faço fotografias panorâmicas desde 1998, quando comprei minha (finada, fora de linha) cabeça Manfrotto 302. Ela era pesada, grande, pouco prática para guardar - o tipo de formato que não cabe em nenhuma posição na bolsa, nem montada nem parcialmente desmontada. Quando era completamente desmontada, havia dois grandes problemas: 1) O tempo que levava para remontar quando chegasse ao local da foto, e 2) Teria que realinhar tudo novamente. Claro que ela tinha escalas, e era só anotar os locais onde recolocar as peças, mas às vezes, por serem muito parecidas, as peças iam para lugares trocados. Depois de muito tempo, acabei a vendendo para um aluno, o Thiago Erikson, de Florianópolis, que já está arrasando pela ilha com suas panorâmicas (mas isso é assunto para outro post). Nesse tempo todo sempre fiquei atento a opções a ela, desde monopés com articulações até cabeças industrializadas (de alta qualidade, por sinal), como a Nodal Ninja ou a 360Precision. Mas elas sempre pecaram por um aspecto: ambas são pesadas e volumosas demais, se você quer só fazer uma caminhada leve e ter seu equipamento pronto. Esta opção para mim, idealizada e realizada pelo mestre Michel Thoby, parece ser ideal. Leve, fácil de montar e desmontar, confiável (no sentido de ter sempre o resultado repetível) e, para melhorar, barata! Basta ter um pouco de habilidade em tornearia simples, ou saber onde tem um torneiro que tenha ;-) . A página fala mais extensamente do rotacionador, mas pode-se ver que a peça inteira é bem inteligente. O bom é que se pode copiar o conceito somente, sem ter que dispor exatamente das peças que ele utilizou; as dimensões são epecíficas de cada conjunto câmera/lente, e pode-se fazer de forma que fique mais confortável para cada um. Por exemplo, eu faria a chapa vertical, onde a câmera é colocada, um pouco mais longa, para distanciar um pouco mais - mas é só gosto pessoal, funciona bem de qualquer forma.

Lista de discussão de panoramistas brasileiros.

Aqui no Brasil, apesar de não ter a proporção que já se chegou nos EUA e na Europa, a fotografia panorâmica já conseguiu muitos adeptos. Depois do primeiro curso do Dudu Tresca essa técnica deu um salto qualitativo e quantitativo, e os alunos resolveram criar uma lista de discussão - que é fechada, mas não se restringe aos ex-alunos - para discutir novos projetos individuais, dúvidas, apresentar novos trabalhos. O grupo do Yahoogroups fica aqui, mas para participar você precisa de aprovação do moderador. Se você já tem um trabalho de panorâmicas, provavelmente não vai ser difícil ser aprovado ;-) .

Panorâmicas do mundo inteiro!!

Meu amigo Jeffrey Martin criou, muito tempo atrás, o site 360cities, para divulgar a arte de fazer fotos panorâmicas. Pois bem, o site virou um sucesso, e aumenta a cada dia a quantidade de fotógrafos colaboradores, com panorâmicas de quase qualquer lugar do mundo. Há várias minhas lá, e de outros fotógrafo do Brasil inteiro.

Foto do Jardim Botânico de Curitiba

O Jardim Botânico de Curitiba é o cartão postal da cidade por excelência, é o ponto turístico mais famoso daqui. Não admira ser o mais representado, o mais fotografado. Eu tenho várias panorâmicas dele, e vou colocá-las aos poucos, alternando com outras, para não cansar.

Atualizações atuais!!

Então, desde abril de 2008, mais de um ano, sem atualizar o blog. Como nunca havia divulgado, não fez muita diferença - mas agora pretendo atualizá-lo o quanto for posível, com fotos panorâmicas minhas e de outros fotógrafos, novidades em fotografias panorâmicas e de formatos estendidos, novas tecnologias de captação e produção de fotografias panorâmicas. Espero que alguém venha e veja :-) .